domingo, 5 de junho de 2016

SONHO DE MENINO

    Leon, órfão dos pais, um menino magro, não muito alto, careca, com dentes amarelados, era um garoto de oito anos. A mãe sofreu um acidente de carro e morreu de traumatismo craniano. O pai morreu, porque usava muita droga. 
   Leon morava com sua avó Célia. Ela tinha 61 anos, cabelos brancos, rosto cheio de manchas e rugas do tempo e de luta.
    Todo dia, Leon vendia gelinho nas ruas para ganhar um pouco de dinheiro. Ele sempre sonhou em ter um navio de três andares, achava impossível, mas sua avó sempre lhe dizia que os sonhos eram possíveis e, se acreditamos de verdade, eles um dia acontecem.
    Aos doze anos, Leon passou a trabalhar no campo ajudando o senhor Francisco. Leon era bem dedicado e até o que ganhava do senhor Francisco, ele economizava.
    Foram anos assim, fazendo uma coisa de que não gostava. E o seu sonho de criança sempre retomava a sua rota de lutas. Mas somente aos 25 anos, o rapaz conseguiu comprar um barco, que não era o seu sonho, porém ele estava muito feliz pela conquista. 
    Leon, muito feliz, convidou a avó Célia para passear com ele e seus amigos. 
    No passeio, começou a chover fortemente e trovejar e ele tentou voltar, mas sua avó caiu no meio do mar. Todos ficaram desesperados e viram um tubarão atacar a avó Célia. Leon começou a gritar desesperado e chorando queria pular no mar para matar o tubarão. Os amigos não deixaram, então, com seu barco, ele começou a perseguir o tubarão para matá-lo. 
  Nessa perseguição, afastou-se muito e acabou perdendo a noção de localização. Depois de um tempo, Leon avistou uma pequena ilha que, aparentemente, era deserta e foi até lá. Ele e seus amigos estavam com muita fome e começaram a procurar por comida. 
  Não acharam nenhum alimento, mas encontraram destroços de um navio que parecia ser bem antigo, não havia ninguém por perto, nem corpos ou esqueletos, pois a ilha era tão pequena que demoraram pouco mais de duas horas para darem a volta nela. Acreditavam que, talvez, nem nas rotas marítimas era conhecida. 
   Leon, começou a mexer nos destroços e encontrou um baú velho e quebrado, mas certo brilho chamou a sua atenção e ao remexer acabou encontrando um pedras preciosas, joias, moedas raras e muito dinheiro bem conservado em outro baú menor. 
   Todos ficaram muito felizes e Leon propôs repartir igualmente o seu achado.
   Afastou-se por um instante e chorou muito ao recordar da tragédia com sua avó e lembrou-se do quanto ela foi importante em sua vida e o quanto ela o apoiava na busca pelos sonhos. 
  Voltaram para as suas vidas e mesmo depois de justificarem o achado às autoridades, ganharam fama e Leon conseguiu comprar um navio de três andares. No dia da primeira viagem, ele junto com os mesmos amigos, emocionado, retira a faixa que cobria o nome Célia no seu navio, pois o amor e a consideração que Leon tinha pela sua avó agora estavam mais que eternizados.
                                                                                                                                                                   Felipe de Assis Barbosa

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